segunda-feira, 6 de maio de 2013

Caminhos de Michelle

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As cidades brasileiras foram construídas sob uma ótica excludente. Não se pensou em acessibilidade, tema que só ganhou espaço na pauta de mobilidade urbana no país na última década.

Para cadeirantes, transitar nos espaços urbanos tornou-se um desafio, assim como utilizar transportes públicos, a maior parte sem as adequações necessárias para este público.

A partir desta segunda-feira, dia 6, o site estadão.com.br publica uma série de reportagens sobre os desafios da acessibilidade. O cenário será a cidade de São Paulo.

O trabalho realizado em parceria com o blog Vencer Limites (blogs.estadao.com.br/vencer-limites) e a TV Estadão, vai mostrar o dia-a-dia de uma cadeirante na maior metrópole da América Latina. O especial Caminhos de Michelleapresenta a rotina de Michelle Balderama, estudante de 26 anos que usa cadeira de rodas há seis anos.

Michelle mora no bairro do Tremembé, na zona norte da capital paulista. Trabalha das 9h às 18h na Vila Mariana, zona sul da cidade, em uma loja especializada em tecnologia para mobilidade e reabilitação. E cursa o terceiro ano de Administração de Empresas na Unip, no câmpus do Paraíso, também na região sul.

Diariamente, ela percorre todos esses trajetos de ônibus e metrô, além de passar por vários trechos em calçadas. Durante uma semana, a equipe de reportagem acompanhou a estudante e flagrou os diversos obstáculos.

“O pior são as calçadas. Além dos buracos e da falta de rampas, em muitos locais eu sou obrigada a circular pela rua, bem próximo de carros, ônibus e motos”, diz Michelle. “Eu já quase fui atropelada e já caí no chão. Pouco tempo atrás, eu cheguei ao trabalho toda suja, com a roupa rasgada e joelho sangrando, porque tinha um buraco na calçada.”

Para Michelle, o metrô é o transporte público com melhores condições de acessibilidade, embora algumas estações tenham apenas uma passagem para a cadeira de rodas. “Eu dou nota oito”, afirma.

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